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PF desmantela esquema milionário de fraudes no INSS

A Polícia Federal, em uma ação coordenada com a Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Previdência Social, iniciou na manhã desta quarta-feira, dia 10 de dezembro, a denominada Operação TDI, que tem como principal objetivo desmantelar uma complexa associação criminosa especializada na obtenção fraudulenta de benefícios assistenciais destinados a idosos, utilizando-se de uma rede de documentos falsos perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em cidades do interior do estado da Bahia.

As investigações detalhadas começaram há aproximadamente quatro meses, quando as autoridades identificaram um conjunto de pessoas fictícias que estavam registradas como titulares de benefícios assistenciais para idosos, sendo que uma parte significativa desses indivíduos não se enquadrava nos valores de renda familiar exigidos, além de outros, em alguns casos, ultrapassava os 82 anos de idade.

Esta ação policial visa coibir crimes graves e recuperar os valores que foram retirados do sistema previdenciário, prejudicando pessoas idosas no programa assistencial.

Após um levantamento minucioso de informações executado pela Polícia Federal e pelo Núcleo de Inteligência do Ministério da Previdência Social, ficou comprovado que os documentos de identidade que eram apresentados para viabilizar a concessão desses benefícios eram, na verdade, falsos, não possuindo qualquer registro legítimo nos arquivos do Instituto de Identificação do Estado da Bahia.

O aprofundamento das investigações permitiu, ainda, que fosse identificada a prática dos beneficiários de possuírem diversas identidades falsas, o que lhes possibilitava obterem e acumularem mais de um benefício de forma totalmente fraudulenta.

O esquema criminoso era coordenado por duas pessoas que foram identificadas como as responsáveis pelo grupo, as quais se cadastravam como procuradores destes beneficiários fictícios, o que lhes dava o poder de sacar os valores nas agências bancárias sem a necessidade da presença dos supostos titulares do benefício assistencial.

Foi possível verificar que o registro dessas procurações perante o INSS era feito mediante a apresentação de documentos de identidade bem forjados, com a inclusão de fotografias falsas que remetiam aos beneficiários idosos.

Além disso, os indivíduos se dirigiam pessoalmente às agências do INSS ou às agências bancárias para realizar o saque fraudulento dos valores.

Nesta quarta-feira, policiais federais estão em campo cumprindo dois mandados de busca e apreensão na cidade de Irará, no estado da Bahia, com a finalidade de coletar documentos, mídias e outros objetos que possam comprovar definitivamente a prática delitiva, além de buscar patrimônio que seja resultado direto das fraudes cometidas contra o sistema público.

O prejuízo financeiro já contabilizado com os pagamentos que foram efetuados para os benefícios que estão sob investigação atinge a marca de quase R$ 2 milhões. Contudo, a rápida e eficaz atuação conjunta da Polícia Federal e do Ministério da Previdência conseguiu impedir que um pagamento indevido adicional, estimado em cerca de R$ 1,3 milhão, fosse realizado.

Os indivíduos que foram identificados e envolvidos nesta sofisticada trama responderão por crimes graves, como estelionato qualificado e associação criminosa, cujas penas, quando somadas, têm o potencial de alcançar até 10 anos de reclusão, demonstrando a seriedade da ação policial.

O nome escolhido para a operação, “TDI” (Transtorno Dissociativo de Identidade), é uma referência direta a este transtorno psiquiátrico no qual uma mesma pessoa assume múltiplas identidades, o que se assemelha à forma como os criminosos utilizavam diversas identidades diversas para sacar benefícios fraudulentos.

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